Sarna resistente? Permetrina não funciona?

Se você está lendo este artigo é porque já não sabe mais o que fazer em relação à sarna, à escabiose. Ela continua surgindo, apesar de todos os tratamentos.

Antes de começar, vou listar o que alguns pacientes estão vivendo:

Há muitos meses eles estão em guerra contra a escabiose. Eles foram a uma dermatologista e diagnosticados com sarna (escabiose) ou piolho de pomba (piolho de passarinho). Foi um consulta superficial.

Mesmo assim, as ações foram tomadas:

No tratamento de pele:

• Passaram permetrina juntos (Keltrina plus 5%) durante 4 dias seguidos, e depois de 7 dias passaram de novo. Ela dá dor de garganta e sensações desconfortáveis de calor;
• Ao mesmo tempo, eles tomaram ivermectina 4x (seguindo a dosagem da bula) todas as semanas durante um mês (não sentiram nenhum efeito colateral, mesmo assim não é recomendável tomar mais de 4x);
• Na pele, as bolinhas surgiam, coçavam e desapareciam. Às vezes secavam e parecia uma espinha. Seguiam coçando. Novos tratamentos com permetrina foram feitos;
• Também foram realizados tratamentos sincronizados com deltametrina 0,2 mg/mL (Deltalab). As coceiras até diminuíam um pouco, mas as bolinhas continuavam surgindo e as coceiras voltavam no dia seguinte. Experimentou-se usá-la num borrifador, mas não tem como comprovar a eficácia e se torna extremamente irritante para as mucosas nasais;
• Também foi feito o tratamento de bula com benzoato de benzila (Sanasar) 250 mg/mL. Este deu sensações fortes de ardência, queimação, e também não resolveu;
• Banhos com sabonetes de sarna e enxofre entraram na rotina, mas muitos estudos científicos indicam que são tratamentos ineficazes. E foram ineficazes mesmo.
  
  

No controle do ambiente:

• Fizeram a higienização do ambiente. Além de intensificar as limpezas diárias, começaram a fazer esterilizações com Lysoform e Jimo – Ácaros e Pulgas;
• Limparam o ar condicionado. Chegaram à conclusão que não era piolho de pomba (foi identificado pequenos túneis entre as bolinhas, como se fossem linhas bem finas. Túneis característicos da sarna) E em todos os processos, nenhum piolho foi encontrado;
• As roupas eram lavadas, colocadas para secar a altas temperaturas, vaporizadas e ficavam 3 dias em quarentena (fechadas em sacos plásticos);
• Lençóis, toalhas e fronhas seguiram o mesmo processo. Foram trocadas diariamente. As usadas foram lavadas, esterilizadas, e colocadas em quarentena.
• Vale destacar que os pacientes não possuem convivência em ambientes inóspitos ou sujos.

Os pacientes visitaram seus parentes e, mesmo com cautela, transmitiram as “bolinhas que coçam” para eles. Então, descartou-se a possibilidade de ser alergia, pois é infeccioso.

Um dos pacientes foi a uma infectologista. Em seguida, foram coletadas amostras das bolinhas para fazer a biópsia e descobrir o que era. Da perna coletaram com uma fita que parecia silver tape. Do braço, fizeram pequenos furinhos com agulhas nas bolinhas.

A biopsia não apresentou a presença de ácaros.

No dia seguinte, os pacientes comprarm microscópicos digitais (desses que têm no Mercado Livre e custam de 50 a 100 reais)

Estes microscópios aumentam com um zoom de até 1600x. Os ácaros da sarna podem ser vistos com um zoom de 300 a 400x. Eles passaram dias buscando e não encontraram nenhum bichinho.

Os pacientes continuaram indo a infectologistas e fizeram exames de sangue, urina e até um raio-x do tórax. Nada foi identificado.

O tratamento com permetrina e ivermectina continuam… assim como o surgimento das bolinhas e das coceiras (que são aliviadas com permetrina).

Bem, a história para por aqui (5 meses após a identificação). Ainda há bolinhas, coceiras e muito mau humor. Logo, os resultados serão divulgados.

Se você estiver passando por algo parecido, deixe seu comentário.