O pedagogo e Professor Paulo Freire e a experiência de Angicos.

Freire conseguiu alfabetizar 300 trabalhadores em 40 horas. O evento é considerado o processo de alfabetização mais efetivo da história da pedagogia e aprendizagem humana.

por- Iconografia da História

Muitas pessoas reconhecem Paulo Freire e sua importância para a história da educação mundial. Mas poucos conhecem o trabalho realizado pelo pedagogo na pequena cidade de Angicos, no interior do Rio Grande do Norte, em 1963.

Freire acreditava na educação e alfabetização através do diálogo, do aprender a ler o mundo antes das palavras. Ele, como grande pesquisador, percebeu que adultos tinham grandes dificuldades para aprender a ler, pois os métodos usados na época, se afastavam da realidade em que os trabalhadores estavam inseridos. Paulo,então, desenvolveu um método de aprendizagem das palavras e seus significados através do valor que elas tinham no mundo dos sujeitos. Trabalhadores do campo, por exemplo, aprendiam a escrever palavras como enxadas, tijolos, terra, agricultura, exploração. E a cada palavra aprendida o pedagogo iniciava com seus alunos diálogos críticos sobre os significados desses termos, fixando dessa forma, a formação de frases e a reflexão sobre os significados delas na vida e no trabalho dos alunos.
Em maio de 1963, houve a primeira greve em Angicos. Os fazendeiros chamavam a experiência de Paulo Freire de “praga comunista.” As 40 horas de alfabetização mostraram ao Brasil que a educação para jovens e adultos era possível e que o desenvolvimento do pensamento critico pelas classes menos abastadas causava desconfortos a classe que dominava a política e economia do país.

Em 1964, iniciou-se no Brasil a Ditadura Militar. Freire foi expulso do país e seu trabalho foi substituído pelo MOBRAL(Movimento Brasileiro de Alfabetização), um projeto de alfabetização a partir de práticas tradicionais, como uso de cartilhas.

Paulo Freire é conhecido mundialmente, seus textos estão entre os escritos mais lidos na pedagogia mundial. O Patrono da Educação Brasileira ganhou um monumento em Estocolmo e é até hoje venerado por muitos e vilipendiado por outros tantos

‘Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo’. (Paulo Freire)




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